terça-feira, maio 30, 2006

Pedra

Você já parou para pensar que uma pedra pode servir para um monte de coisa?
Pois é estou lendo um livro do Moacyr Scliar muito engraçado. A Mulher que escreveu a Bíblia. É uma narrativa em primeira pessoa. Uma mulher de uns 18, 19 ou 20 anos não me lembro ao certo. Na época de Salomão e suas 1001 mulheres. Ele conseguiu infiltrar uma pedra como um objeto para alimentar os desejos sexuais da personagem. Nunca conseguiria imaginar uma coisa dessas. Naquela época não existia a borracha, então porque não uma pedra para servir de material de fabricação, boa essa.
Ta,aí tu para pra pensar e ... uma pedra pode servir de estimulante.Ta bom pensou que só estimula a sexualidade depois de tudo que escrevi antes. Toca na cabeça de alguém para você ver? Aposto vai estimular os nervos do seu alvo.
De elemento de guerra, a objeto inofensivo, de objeto inofensivo a estimulante sexual (Que aqui fique bem claro, é melhor aplicado a mulheres. Para homens tem o Cactos, dizem que entre os vegetais é o mais parecido!!!! ) ou não.

quinta-feira, maio 18, 2006

O filha-da-puta do Jô

Acordo com dor de cabeça, aquele gosto ruim na boca. No quarto aquele cheiro de álcool exalado pelo corpo. Parece que a noite anterior foi forte. Lembro de ter conversado com varias pessoas, nenhuma eu conhecia. Um Rock sujo no fundo. O filha-da-puta do Jô, aquele barmen careca, negando a me dar bebidas. Queria que pagasse o devido das noites anteriores.

- Dae vai querer uma bebida? - O filha-da-puta do Jô me pergunta com aquele lábio cortado, diz ele que foi em uma briga com um bêbado louco que sempre aparece no Bar, e uma cara de quem não gostava da minha presença.
- Vou! – afirmei - Me da uma ceva.
- Mas antes me paga as noites atrasadas. Se tu quiser tenho um lugar pra ti na cozinha?
- Não muito obrigado - não me lembrava de ter pagado alguma noite no bar. Na verdade não me lembro de ter saído alguma vez do bar do filha-da-puta do Jô. - Quero só a ceva.
O Primeiro gole foi relaxante. Estava uma noite estranha em Porto Alegre, chuva, frio em pleno Janeiro. Mas era uma noite para sair. Não gosto de ficar em casa a noite.
Lembro que ao sair do meu prédio, alguns mendigos estavam brigando entre si, pelo que tinha visto algum visinho largou um prato de comida para eles. Vou caminhando até o bar do filha-da-puta do Jô. Devia ser umas 22:30, o pessoal estava chegando no bar. O filha-da-puta do Jô havia me comentado alguns dias atrás que estava estudando uma forma de mudar o publico alvo do Bar. Mas não pensei que seriam tão rápidas essas mudanças. Ontem tinha algumas pessoas muito estranhas.
Lembro de uma morena, não muito alta, nem muito bonita que falou comigo:
- Oi, você tem fogo?
- "Você"- estranhei- Tu não é de Porto, né?
- Não, por quê? Sou de São Paulo. Estou saindo daquela cidade. Quero vida nova! Você tem fogo?- perguntou novamente, como quem não queria ficar dando muitas explicações sobre seu passado.
- Oh, me desculpe - tirei o Zipo da calça - Tu tá precisando de ajuda?
Ela deu uma sugada profunda no cigarro e respondeu.
- Não é da sua conta. - Nesta hora, não sei porque, mas me senti ameaçado.
Me afastei como quem não tinha muita coisa a perder. Pensei, mulher morena, não muito bonita e estranha. Dei mais uma volta no bar. O filha-da-puta do Jô estava sentado no canto do balcão cuidando o movimento. Algo me chamou a atenção. O Jô, filha-da-puta, estava preocupado com alguma coisa.
- Mais uma cerveja - Pedi para Juliana, a ajudante do filha-da-puta. Ela veio do interior para estudar Jornalismo. Moça bem simpática, e bonita.
- Esta aqui. Bem gelada! - Falou com aquele sorriso de dentes brancos e lábios rosados.
- O que está havendo com o Jô?- Não chamo o Jô de filha-da-puta na frente dela.
- Não sei, ele não conversou comigo direito hoje quando cheguei da aula.
- Espero que não seja nada de mais. Pelo que conheço do Jô amanhã ele volta ao normal - Continuará a ser um filha-da-puta, pensei.
Mas tinha algo estranho. O filha-da-puta não tava bem. Tentei me aproximar dele para uma conversa, tentar acalmá-lo, ver qual era o problema. Mas não quis me dizer. Estava querendo me esconder alguma coisa. Aproveitei e pedi mais uma ceva. Ele nem falou nada, foi logo abrindo a garrafa. Já me estava sentido bastante alterado, ou melhor, bêbado. Já não me lembrava de muita coisa. A música foi sumindo, o álcool não me deixava mais enxergar as pessoas. Falei com mais gente, mas não me lembro sobre o que e quem era.

Tento me levantar da cama. A cabeça dói muito. Vou direto para o banheiro, tomo uma ducha de água fria. Um banho de uma hora que parecia ter durado quinze minutos. Não vi o tempo passar. Vou até a porta do meu apartamento, pego o Jornal. As notícias são as mesmas. Corrupção. Sonegação de imposto. Mas, uma coisa me chama a atenção. Uma pessoa foi encontrada morta na Avenida Osvaldo Aranha ontem à noite. Estrangulada. No jornal os policias afirmam que a pessoa sabia o que estava fazendo, pois não foram encontradas marcas de violência, agressão ou digitais que pudessem levar à algum suspeito. Pensei, a Avenida Osvaldo Aranha nunca foi uma avenida violenta. Sempre foi considera ponto de venda de drogas, os traficantes não gostam de chamar a atenção dos policiais com violência. As pessoas que freqüentam a rua são diferentes sim, mas não violentas, são consideradas “alternativas”. Algo de muito estranho está acontecendo. A dor de cabeça começa a diminuir. Já posso colocar uma som na vitrola. Novamente pego o jornal e me espanto. Não havia percebido, mas o filha-da-puta do Jô estava no fundo da foto publicada, conversando com policiais. Será que o cara tá envolvido, ele estava bem preocupado ontem. Pode ser. Mas o Jô é uma filha-da-puta, não um assassino. Devia estar dando depoimento aos policiais, apenas isto.
O telefone toca. Tento procurar o telefone, o apartamento faz alguns meses que não é arrumado. Aquela empregada não vem mais aqui. Diz ela que é muito trabalho para pouco dinheiro. Achei, estava embaixo de uma pilha de livros, que ultimamente tenho re-lido. Era Juliana, mas que diabos essa garota queria comigo em uma tarde de Janeiro. Ela deveria estar na aula, a greve fizeram com que as aulas estendessem o calendário acadêmico até Março.
- Preciso falar contigo. - Foi assim direta.
- Sim, claro, mas o que aconteceu?- Pensei, algo tem a ver com a noticia do Jornal.
- Não posso falar agora, estou no meio da aula. As 18h você pode me esperar no Buda do Parque da Redenção?
- Sim, claro. as 18 horas estarei lá.

quarta-feira, maio 17, 2006

Primeiro

Apenas uma tentativa para voltar a escrever ...